Protestos por todo o país marcam Dia Nacional de Luto e Luta contra Bolsonaro

No dia em que se contabilizam 100 mil mortes por Covid-19, sindicatos luta em defesa da vida e dos empregos

Nesta sexta-feira, 7 de agosto, os trabalhadores em todo o Brasil se mobilizaram para protestar contra a política genocida do Governo Federal, que em meio a medidas equivocadas e desastrosas, desorganizaram e confundiram as ações de enfrentamento à pandemia. o descaso com a vida é tanto, que já são mais de 80 dias sem sequer um ministro titular na pasta da saúde e um acúmulo de mais de 100 mil mortes por Covid-19 em todo o país e quase 3 milhões de infectados.

O Dia Nacional de Luto e Luta em Defesa da Vida e dos Empregos teve como objetivo alertar a sociedade sobre essa situação e exigir o “Fora Bolsonaro e Mourão”. Além dos atos e manifestações diversos setores também realizaram paralisações simbólicas de 100 minutos, em diversos setores que nunca pararam, mesmo com a pandemia.

Ontem, o presidente da República, Jair Bolsonaro afirmou que é preciso “tocar a vida”  ao comentar o fato de o Brasil se aproximar da marca de 100 mil mortes, sem apresentar qualquer medida emergencial para conter a expansão do vírus. O Brasil é o segundo país com o maior número de mortos pela Covid-19 – atrás apenas dos Estados Unidos.

Belo Horizonte

Na capital mineira, a manifestação acontece em meio o processo de reabertura do comércio. Os manifestantes partiram da Praça 7, onde foram deixadas cruzes com o nome de vítimas da Covid-19 em Belo Horizonte, e encerraram o ato na Praça da Estação com uma homenagem a todas as vítimas do país. Foram fincadas 1000 cruzes na Praça, cada uma delas representando ao menos 100 mortos em decorrência do vírus.

Os manifestantes também criticaram a política de Alexandre Kalil (PSD), em iniciar o processo de reabertura do comércio em meio ao aumento de casos na capital, alertando que a flexibilização pode levar a um novo estrangulamento do sistema de saúde.

O governador Romeu Zema (Novo), também foi vítima dos protestos, que pediam a sua saída e criticavam a proposta de reforma da previdência encaminhada pelo Governo Estadual à Assembleia Legislativa de Minas Gerais e às mudanças trabalhistas promovidas no setor privado durante pandemia.

Também foram feitas exigências por mais medidas protetivas para garantir o cumprimento da quarentena, como extensão e aumento dos valores do auxílio emergencial, garantia de sextas-básicas para a população carente e suspensão das tarifas públicas como água e luz. E denunciado os ataques direcionados aos moradores de ocupações urbanas, que tem sofrido com inúmeros abusos doso governos, com mandatos de reintegração de posse de imóveis há anos abandonados, suspensão da Bolsa aluguel, entre outros ataques.

Os servidores públicos ainda levantaram a bandeira contra o congelamento de seus salários, exigindo a derrubada de todos os vetos a Lei Complementar 173/20. A lei de ajuda emergencial aos estados e municípios condiciona o reforço financeiro ao congelamento salarial de todos os servidores, porém, alguns dispositivos garantiam exceções ao congelamento para carreiras consideradas essenciais para a sociedade e o combate a pandemia. Bolsonaro vetou todas as exceções. O veto ainda pode ser derrubado em sessão conjunta do Congresso.

Confira as fotos do ato

Fotos por Ronaldo Souza