É a hora de flexibilizar o isolamento social em BH?

As vidas sempre devem estar acima dos lucros

O prefeito Alexandre Kalil (PSD), depois 65 dias defendendo o isolamento social como a medida mais eficaz de se combater o avanço da epidemia da COVID-19 e seguir as orientações científicas, formando um comitê com infectologistas renomados, resolveu ceder às pressões de empresários e vereadores ao colocar em ação a abertura “gradual” do comércio em Belo Horizonte.

A medida de flexibilização, que começou a valer na segunda-feira (25/05), libera atividades comerciais com funcionamento de horários alternados, como objetivo de reduzir o fluxo de pessoas nos espaços coletivos e permitir que a economia seja retomada.

O isolamento social já não era geral em Belo Horizonte, girando em torno de 40%. Além de um intenso número de trabalhadores nas atividades essenciais, setores da indústria, como da Mannesmann já funcionavam normalmente. A falta de uma política que vá além das cestas básicas, não garante que nas periferias o isolamento social aconteça de fato. O próprio socorro financeiro demora a chegar a quem precisa, forçando a saída das pessoas de suas casas para buscar o sustento. Tal situação se consolida nas reclamações dos trabalhadores que estão na linha de frente dos serviços essenciais, com a falta de equipamentos de proteção individual.

A realidade dos hospitais de Belo Horizonte, anunciada como tranquila em relação às outras capitais, quando observados o número de UTI’s do Brasil ou mesmo de outras cidades do interior de Minas Gerais, não revela, em nenhum momento, a possibilidade de reabertura dos locais nos quais sabemos que aumentará a circulação de pessoas e por consequência, do vírus.

Cabe aqui destacar que Betim fez esta abertura e os casos de coronavírus aumentaram significativamente. O discurso de defesa do isolamento social de Kalil não se concretizou com uma exigência de atuação de Bolsonaro e Zema (Novo) no enfrentamento da COVID-19, através da ajuda aos donos de pequenos negócios, trabalhadores formais e informais. Simplesmente, Kalil está se deixando levar pelos interesses econômicos e claro, pelos políticos, que não se preocupam com as vidas das famílias que são colocadas em risco todos os dias.

Tanto Bolsonaro quanto Zema evitaram um socorro imediato aos micro empresários e donos de pequenos negócios. Bolsonaro optou por acelerar sua política genocida de quebra de isolamento social. Já o governo de Zema seguiu o mesmo caminho dizendo que o vírus tem que “viajar um pouco.”

Os governos precisam garantir recursos para cuidar das vidas das pessoas em primeiro lugar. Chega do socorro aos bancos e aos mercados financeiros!

O controle da epidemia não se faz com reabertura do comércio, ainda mais sem que tenhamos um tratamento eficaz ou vacina. É preciso testes para toda população e a garantia de atendimento imediato para quem estiver contaminado.

Cobramos de Alexandre Kalil o cuidado real com a população.
Cobramos da Câmara de Vereadores a defesa do isolamento social.
Cobramos da prefeitura o pagamento do ticket refeição para os trabalhadores que dependem deste recurso para sua sobrevivência.
Pelo não genocídio da população de Belo Horizonte.
Pela manutenção do isolamento social.

Diretoria Colegiada do Sind-REDE/BH