Zema Covarde! Toda solidariedade ao acampamento Quilombo Campo Grande

Sind-REDE denuncia ação covarde de Zema e do poder judiciário neste crime contra a vida

Desde a madrugada de ontem (12/08) centenas de viaturas e policiais cercaram a cidade de Campo do Meio, em Minas Gerais, para despejar famílias trabalhadoras que vivem no Acampamento Quilombo Campo Grande, em uma área no entorno da sede da antiga Usina Ariadnópolis e na Escola Popular Eduardo Galeano, onde vivem cerca de 450 famílias. A ação de despejo continua acontecendo hoje (13/08).

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Polícia faz cerco no acampamento na madrugada de quarta-feira (12/08)

As famílias seguem resistindo à truculência da Polícia que já segue por mais de 30h, com diversas violações de direitos humanos. Movimentos sociais e entidades de defesa dos direitos humanos tem se mobilizado para impedir a continuidade do despejo, que se torna um crime ainda mais grave por acontecer em meio a pandemia do novo Coronavírus.

A PM já desocupou os espaços coletivos, como a escola e os barracões. Hoje (13/08), os alvos são as residências dos trabalhadores e as áreas de cultivo rural. A tensão permanece grande, segundo relatos do movimento, a PM sitiou a cidade, impedindo inclusive a entrada de alimentos e de água e inibindo as pessoas de se encontrarem.

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Trabalhadores cercados pela polícia na madrugada de hoje (13/08)

Trator avança sobre a casa dos moradores

Trator avança sobre a casa dos moradores

Toda ação acontece com a conivência do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que foi acionado diversas vezes para intervir contra a ação policial, ordenada pelo Tribunal de Justiça, mas que nada fez para garantir o mínimo de humanidade com todas as famílias. O governador chegou a afirmar no Twitter que adiaria a operação de despejo devido a pandemia, mas a operação teve seguimento na madrugada de hoje.

O Sind-REDE/BH denuncia a ação covarde do judiciário e de Zema e manifesta seu total apoio às famílias.

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O Acampamento Quilombo Campo Grande

Cerca de 450 famílias vivem no assentamento, que foi erguido há mais de 20 anos no local. O acampamento foi iniciado após o fechamento da Usina Ariadnópolis, em decorrência da falência da Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo (Capia), no final da década de 1990. Parte dos antigos trabalhadores da usina, que ficaram sem indenização após a falência da empresa, hoje integram o acampamento.

Os trabalhadores recuperaram a terra, que estava degradada devido a extensa monocultura de cana-de açúcar, tornando-a novamente produtiva com plantações milho, café, hortaliças e criação de pequenos animais. Segundo o movimento, a agricultura local rende cerca de 15 mil sacas de café por ano e 55 mil de milho, o que garante o sustento de toda a comunidade local.

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