Trabalhadores da Educação Municipal decidem pela continuidade da Greve

SMED insinua chantagem aos trabalhadores, mas tiro sai pela culatra

Em assembleia massiva, com mais de 1000 trabalhadores, realizada nesta segunda-feira (02/03), às 8h30, na Praça da Estação, os trabalhadores em Educação da Rede Municipal decidiram pela continuidade da greve por tempo indeterminado. A próxima assembleia será no dia 09 de março.

A assembleia foi iniciada com a saudação dos professores Denise Romano (diretora do Sind-UTE/MG) e Gustavo Olimpio (da executiva da CSP-Conlutas). Os sindicalistas convocaram os trabalhadores para o ato unificado da Educação pelo cumprimento da Lei do Piso, na próxima quinta-feira (05/03), que contará com os trabalhadores da Rede Estadual e Municipal de Educação, além do dia 18 de março, que promete ser um novo Tsunami da Educação, apontado pelas centrais sindicais como um Dia Nacional de Lutas, Greves e Mobilizações em defesa do serviço público e contra as privatizações.

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Andrea Carla, diretora do Sind-REDE também convocou os trabalhadores da Rede para o ato do 8 de março, Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora, que acontecerá no domingo, às 8h30 na Praça Raul Soares. “O 8M é muito significativo para nós, pois sempre contribuiu para alavancar as lutas do início do ano. Uma correnteza de mulheres contra o machismo e a violência”, afirmou. Confira o calendário de luta completo deliberado abaixo:

Calendário

03/03

08h – Regionais de Greve
13h – Vigília na Câmara Municipal (CMBH) para acompanhar a reunião da Comissão de Administração Pública
14h – Ato dos Assistentes Administrativos Educacionais (AAEs) na SMED (R. Carangola, 288 – Santo Antônio).
16h30 – Reunião dos Representantes dos Trabalhadores e Direções das Escolas que perderam turmas de 2019 para 2020, na sede do Sind-REDE/BH (Av. Amazonas, 491, sala 1009 – Centro).

04/03

10h – Vigília na CMBH para acompanhar a Comissão de Orçamento e Finanças
14h – Regionais de Greve
16h30 – Comando de Greve
18h – Palestra com Professor Fernando Pena sobre Educação Democrática: Liberdade de Ensinar e de Aprender (FAE/UFMG)

05/03

14h30 às 15h30 – Ônibus saindo da Praça da Estação para a atividade de formação e ato unificado com a Rede Estadual
15h – Formação sobre a Lei do Piso (Escola Municipal Maconi, Av. do Contorno, 8476 – Gutierrez)
16h – Ato unificado com a Rede Estadual (Local a confirmar)

06/03

08h – Regionais de Greve
14h – Ato: Fake News não!  Em frente à SMED (R. Carangola, 288 – Santo Antônio)

08/03

08h30 – Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora, na Praça Raul Soares.

09/03

14h – Assembleia Geral dos Trabalhadores Concursados da Rede (local a confirmar)

10/03

09h – Assembleia Geral dos Trabalhadores Terceirizados da Rede, MGS e Caixa Escolar. Local: Praça da Estação.

14/03

Ato pelos dois anos de assassinato de Marielle Franco (Horário e local a confirmar)

18/03

Participação no dia Nacional de Lutas, Protestos, Paralisações e Greves. Novo Tsunami da Educação. (Horário e local a confirmar).

19, 20 e 21/03

XIII Congresso da Rede. Na Faculdade de Direito da UFMG (Av. João Pinheiro, 100 – Centro)

Denúncias

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Andréa também fez um chamado de solidariedade ao diretor do Sind-REDE e trabalhador da MGS Thiago Ribeiro, que foi demitido por justa causa sob a falsa alegação de agredir um estudante com necessidades especiais. O Sind-REDE apurou o caso, conversando com outros trabalhadores, o próprio o estudante e com os seus responsáveis, que negaram a existência de agressão, concluindo que a demissão de Thiago é uma perseguição ao dirigente.

A professora Talita Barcelos, da Escola Paulo Mendes Campos fez uma denúncia direta à Secretária de Educação, Ângela Dalben, que criticou os trabalhadores e a direção da Escola na Rádio Itatiaia, alegando que a direção estaria vendendo vagas. Talita explicou que o procedimento realizado foi apenas de registrar o nome dos estudantes e seus responsáveis. A escola conta com fila de espera de mais de 100 nomes, mas está com várias turmas fechadas e os pais não podem mais fazer a matrícula diretamente nas escolas, como ocorria anteriormente. A professora teme pelo futuro da escola que, segundo ela, pode fechar se essas turmas não forem preenchidas.

Após os informes, foi realizado um espaço de formação para explicar porque o artigo 41 do Projeto Apresentado pela Prefeitura representa uma quebra na carreira dos trabalhadores em Educação (Confira Aqui).

Carta da Prefeitura e Avaliações

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A Prefeitura enviou um ofício para o Sindicato para ser lido durante a assembleia, o documento foi assinado pelas secretárias Natália Araújo e Ângela Dalben. No documento, as secretárias questionam a categoria se greve representa abrir mão das conquistas da campanha salarial de 2019. “Há quebra de acordo?” E afirmam que há limites de negociação por ser um ano eleitoral. A carta foi recebida por vaias e grande indignação por todos os presentes.

Em contraposição, a avaliação do comando é que essa greve não significa só uma luta por reajuste, mas sim uma defesa de conquistas históricas, como a carreira e o ganho por habilitação. “Não há quebra de acordo! Quem quebrou o acordo foi a Prefeitura, que apresentou um artigo que não existia. O PL em tramitação na Câmara é relativo à Campanha Salarial de 2019. A greve de 2020, que já começou forte, tem como pauta elementos novos, como as mudanças sofridas pelo PL em 2020, com a introdução do artigo 41 e o reajuste de 12,84% no Piso Salarial Nacional da Educação”, afirmou Daniel Wardil, pelo comando de Greve.

Ao final os trabalhadores realizaram um ato, mesmo embaixo de chuva, até a porta da Prefeitura. Os trabalhadores criaram um bloco de carnaval com diversas paródias de marchinhas chamado Pisando no Teto, onde satirizam a postura de Kalil e Ângela Dalben em relação ao cumprimento da Lei do Piso, da valorização da Educação e a quebra da carreira dos trabalhadores da Rede.

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