O terreno da Ocupação Professor Fabio Alves localizado na região do Barreiro, estava abandonado a mais de 30 anos. Em 2018, 700 famílias ocuparam a área de 72 mil m², que não cumpria a sua função social, onde estabeleceram suas vidas e levantaram cerca de 500 construções de alvenaria.
O terreno fazia parte do distrito industrial do Jatobá, doado pelo estado à empresários para a construção de um complexo industrial que nunca saiu do papel. Posteriormente, as empresas repassaram, de forma irregular, a propriedade do terreno para outros proprietários, para fins de especulação imobiliária. O Terreno permaneceu abandonado até 2018, quando foi iniciada a Ocupação Fábio Alves, reivindicando o cumprimento da sua função social.
No início de julho, a Justiça determinou a reintegração de posse do terreno. De lá pra cá, os moradores tem realizado diversos protestos e tentativas de diálogo para que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) e o governador Romeu Zema (Novo), realizem o cadastro das famílias da Ocupação e sejam parte da busca de alternativa para que não haja despejo.
Os representantes do movimento ressaltam que qualquer despejo de famílias sem teto é um crime, mas durante a pandemia esse crime é ainda mais grave. Por isso, as famílias montaram um acampamento em frente à Prefeitura de Belo Horizonte desde terça-feira (25/08), aguardando o retorno de Kalil em relação ao impasse jurídico.
Segundo representantes do movimento, os moradores permanecem acampados, enfrentando as noites mais frias do ano em pequenas barracas, mantendo o revezamento entre as famílias por não terem outra opção. Temem que a qualquer momento o despejo possa acontecer, os expondo a situação de rua em um momento tão difícil.
Plenária de apoio
Hoje (27/08), às 14h, acontecerá uma plenária de apoio aos moradores da ocupação. A plenária acontece em frente a Prefeitura.
