Sind-REDE rebate declarações da Prefeitura sobre os corte de Dobra e Abono

Sindicato mostra que não é verdade que os cortes atingiram apenas alguns projetos específicos

A Prefeitura Municipal de Belo Horizonte não diz a verdade quando vai até os meios de comunicação e afirma que apenas os professores que estendiam sua jornada de trabalho em projetos específicos como hortas, laboratórios, aulas de xadrez, entre outros é que tiveram cancelados seus contratos de trabalho.

O cancelamento de contratos também afetou diversos trabalhadores que estavam como referência nas turmas e contavam com o recebimento de suas extensões de jornada. Não como um salário a mais, ou como um “bico”, como a prefeitura faz entender, mas sim como parte de sua renda básica, necessária para o sustento de suas famílias. É sabido que professores e professoras sofrem com os baixos salários e trabalhar em dois ou três turnos faz parte da vida da maioria desses trabalhadores.

Como se não bastasse o corte dos contratos de trabalho, os Trabalhadores em Educação que sofrem por terem os seus locais de trabalho fechados, mesmo que por uma medida necessária para se cuidar das vidas, já tinham sofrido ataques de Kalil com o cancelamento dos tickets alimentação, bem como o corte dos contratos de extensão de jornada e, agora, são surpreendidos com o cancelamento do abono fixação.

Apesar da categoria não defender a política de abono, esta foi uma opção do governo, desde a gestão passada, para garantir a fixação dos trabalhadores nas escolas onde havia muita rotatividade, seja pela dificuldade de acesso, desestruturação social da comunidade e das escolas, pela violência, entre outros elementos. Motivações essas, que não se encerram devido a pandemia. Mas, neste contexto, os trabalhadores contam com o recebimento deste valor para a seu sustento.

É fato que a prefeitura está promovendo uma série de ataques à renda dos trabalhadores, a retirada do abono nesse momento segue a mesma lógica.

É desumano e lastimável ver o que o governo Kalil e a secretária Ângela Dalbem estão fazendo com os Trabalhadores em Educação em plena pandemia, quando todos estão fragilizados e, ainda mais, necessitados de amparo e renda.

Somos uma categoria que sempre esteve na luta contra a desvalorização do nosso trabalho e na luta por qualidade do ensino nesta cidade. Observamos que, ano após ano, as verbas da PBH aumentam e a desvalorização de quem executa os serviços para a população só reduz. Junto a essa redução, soma-se a nefasta prática de retirar nossos direitos por um projeto político de país que quer a desqualificação total desse setor para continuar no poder.

O Sind-REDE/BH segue na luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras e pelo direito à Educação gratuita e de qualidade. Princípios que não se fazem sem a valorização dos Trabalhadores em Educação como prescreve a LDB 9394/1996. Nos próximos dias iremos convocar a categoria a debater o tema a fim de discutir quais ações tomar frente a mais estes ataques.

Diretoria Colegiada do Sind-REDE/BH