Presidente da Câmara manda bater em professores para aprovar Escola com Mordaça

Ao menos cinco professores ficaram feridos feridos. Um deles foi encaminhado para UPA.

O décimo primeiro dia de votação do PL 274/17 “Projeto Escola com Mordaça”, foi marcado por violência e autoritarismo contra os professores que acompanhavam a votação. Ao menos cinco professores foram agredidos na confusão ocorrida durante o acompanhamento galeria da Câmara Municipal de Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira (09/10).

O Sind-REDE/BH e a Ames-BH, convocaram diversas entidades, movimentos sociais e vereadores contrários ao projeto para o lançamento da “Frente Por uma Escola Democrática”, com o objetivo de intensificar a pressão contra a votação do PL 274. Com isso, a sessão que começou por volta das 15h, ficou lotada de estudantes e trabalhadores. Já na entrada das galerias do plenário, foi possível perceber um forte aparato de repressão da guarda-municipal e da segurança da casa, que exigiu a identificação de todas as pessoas que adentravam no plenário

Segundo o depoimento das testemunhas que acompanhavam a votação, a confusão começou por volta das 16h30, após a presidente da casa, vereadora Nely Aquilo (PRTB), ordenar o esvaziamento das galerias para impedir que a população se expressasse através de palavras de ordem, assim como aconteceu em todos os outros dias em que o projeto foi pautado. Houve tumulto os seguranças e guardas agiram com grande violência contra os manifestantes.

professor-agredido-850x444

Ao menos cinco pessoas ficaram feridas, entre elas 4 diretores do Sind-REDE e um professor da Rede Municipal. O caso mais grave foi o do diretor Clayton Santos, que foi asfixiado, por cinco seguranças, até perder os sentidos e detido pela guarda municipal. Clayton foi encaminhado para a UPA e de lá para o Hospital João XXIII onde está em atendimento. O diretor Daniel Wardil e o professor William também foram agredidos e arrastados pelas galerias, as diretoras Claudia Lopes e Vanessa Portugal foram imobilizadas. Uma denúncia já foi aberta no Ministério Público com o objetivo de acusar todos os excessos cometidos contra os professores.

Apesar da confusão, a Presidente da Câmara mandou seguir a votação do projeto.

Segundo representante do Sind-REDE, desde a sua apresentação o autodenominado projeto “Escola Sem Partido” demonstra os seus traços autoritários. “A violência com os professores no dia de hoje é só uma pequena amostra do que pode vir caso o projeto seja aprovado. Nely e os vereadores da Frente Cristã querem calar os estudantes e professores e impedir o debate democrático nas Escolas, com pluralidade de ideias e democracia. Caso seja aprovado, a mordaça passará a ser a tônica das aulas, intensificando a intimidação e agressão aos professores. Por isso, não podemos aceitar esse projeto”, afirmou.

64ad9311-cdb8-4670-a404-be19498c1bf7