Neste domingo (22/03), o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou que 1,6 bilhões que foram recuperados na operação Lava Jato e seriam destinados para a Educação fossem transferidos para a Saúde. Parece brincadeira que duas áreas tão importantes e essenciais tenham que compartilhar recursos já tão escassos. Ao invés de retirar recursos da Educação, o governo poderia utilizar, por exemplo, o dinheiro gasto com o pagamento da dívida pública e/ou a taxação de grandes fortunas. Mas, novamente, é a Educação que vai pagar o pato.
Nunca foi dado à educação e à saúde a devida atenção e destinação de recursos, mas nos últimos anos especialmente, temos sofrido com o congelamento de verbas (a Emenda Constitucional 95 de 2016 congelou por 20 anos o investimentos nessas áreas) e com a ideia tão difundida de um suposto excesso de gastos sociais. Entretanto, nada se fala sobre os gastos excessivos e abusivos com os juros da própria dívida e com os mecanismos de política monetária, que geram a dívida continuamente, sem retorno algum ao país ou à sociedade.
O surgimento do Corona Vírus põe em cheque os discursos que ridicularizavam a necessidade do investimentos nas áreas de saúde e educação, enquanto exaltavam outras áreas como a segurança. Os servidores públicos tem se desdobrado no enfrentamento a esta pandemia em todo o país. Com verbas da educação, por exemplo, serão distribuídas em BH cestas básicas para os alunos, pois são as escolas que garantem também segurança alimentar para as crianças.
É impressionante que mesmo diante da Pandemia, de todos os graves problemas que já causou e vai causar, o enorme montante de dinheiro público que está amarrado ao pagamento da dívida continua a não ser considerado.
O momento é muito delicado e exige maior investimento na área da saúde, entretanto, se temos outros meios, não deveríamos ter que escolher entre saúde ou educação de qualidade.
