Julho é mês das mulheres negras

O Sind-REDE/BH é uma organização de luta pelos direitos dos trabalhadores em educação que vai além das pautas sindicais e […]

O Sind-REDE/BH é uma organização de luta pelos direitos dos trabalhadores em educação que vai além das pautas sindicais e econômicas. Nosso Sindicato se preocupa com todos os trabalhadores e seus problemas. Um dos problemas que afeta as pessoas que representamos é o machismo, racismo e a LGBTfobia. Combatemos a discriminação de mulheres, negros e homossexuais, pois estas opressões dificultam ainda mais nossas vidas.

Neste mês queremos lembrar as datas de 25 e 31 de julho. 25 de julho é dia da mulher negra latino americana e caribenha e também dia que se comemora a história de Teresa de Benguela e da mulher negra no Brasil. Teresa de Benguela foi uma importante líder quilombola que organizou a luta contra a escravidão no Quilombo do Quariterê no Mato Grosso. É sempre importante lembrar que o ambiente escolar é composto principalmente por mulheres e mulheres negras que sofrem a dupla opressão, machismo e racismo.

4651fe24-a270-48ea-b5b9-3492ecc7e8c6

Lembrar essas datas significa lembrar a história de luta e resistência de quem produziu e produz todas as riquezas neste e em todos os países que se beneficiaram com a escravidão. A escravidão trouxe marcas ao presente pois não houve reparação dos males causados. Esses males se expressam no maior encarceramento de mulheres negras (68% são mulheres negras, enquanto apenas 31% são de cor branca e 1% é indígena), no maior número de mortes de mulheres negras (a mulher negra tem 2,5 vezes mais risco de morrer), maior taxa de desemprego (entre o quarto trimestre de 2014 e igual período de 2017, a taxa de desocupação entre elas passou de 9,2% para 15,9%, aumento de 6,7 pontos percentuais; entre as mulheres brancas, essa taxa foi de 10,6% no final do ano passado, alta de 4,4 pontos em relação aos últimos três meses de 2014), desigualdade salarial ( uma mulher negra chega a ganhar 60% do que um homem branco com a mesma escolaridade ganha para o mesmo trabalho.

f5089d07-16de-438f-a969-c45236066b5d

Este é o presente das mulheres negras que continuam lutando e organizando a resistência contra a violência nas periferias e contra o desemprego que assola nosso país.

Queremos lembrar nessas datas que as trabalhadoras das Caixas Escolares e hoje da MGS são lutadoras que conseguiram manter seus empregos e que lutam por melhores condições de vida diante de tanta desigualdade social. As professoras da Educação Infantil que deram um show numa das maiores greves do setor para equiparação das carreiras. E também das professoras do ensino fundamental, demais setores da escola como Auxiliar de Biblioteca, Secretaria, Auxiliar de Escola e todas as mulheres negras das comunidades escolares.

Queremos lutar para que as desigualdades tenham fim e lembrar o passado para dar força ao presente é fundamental!

Viva a luta das mulheres negras trabalhadoras!