Com recorde de casos, Belo Horizonte retorna a fase zero de isolamento social

Um mês após a reabertura cidade apresenta índices críticos de casos, mortes e ocupação de leitos

Pouco mais de um mês após as medidas de flexibilização do isolamento social, editadas a partir do decreto que permitiu a reabertura gradual do comércio, no dia 25 de maio, a prefeitura de Belo Horizonte publica um novo decreto determina o retorno ao fase zero de isolamento social, onde só os serviços essenciais podem funcionar.

O novo decreto, publicado na sexta-feira, mas que começa a valer hoje (29/06), tem o objetivo de frear o aumento expressivo de casos, mortes e ocupações de leitos na cidade. A medida traz fortes indícios de que a reabertura começou de forma prematura na cidade, como alertou o Sind-REDE/BH e diversas entidades médicas e do movimento social. Até a última sexta-feira (26/06), a Prefeitura, que havia cedido a pressão de grandes empresários, estava na segunda de quatro fases do processo de flexibilização e já contava com cerca de 90% dos trabalhadores ativos.

Em um mês de flexibilização, BH chegou a uma taxa de ocupação de 90% dos leitos de UTI. Segundo o boletim Epidemiológico divulgado nessa sexta-feira, pela Secretária de Estado de Saúde (SES), a cidade registrou quase 5 mil casos. Para fins de comparação, no período de isolamento mais severo, iniciado no dia 18 de março e que durou 70 dias, o número de casos se manteve abaixo de 1,5 mil.

Em outras palavras, Belo Horizonte que figurava entre uma das capitais com os melhores índices no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, passou a ser um dos focos de riscos de explosão de casos e eminente colapso do sistema de saúde.

Devido a subnotificação no Estado de Minas Gerais, apontado por especialistas como um dos maiores do Brasil, o principal indicador para o retorno a fase inicial de fechamento da cidade não é o número total de casos notificados, mas sim o número médio de transmissão por infectado (Rt) e as taxas de ocupação de UTIs e leitos de enfermaria.