Sind-REDE lança campanha: Os lucros não podem estar acima da vida

Sindicato preparou uma série de materiais sobre o tema. Acesse, divulgue e compartilhe com as comunidades escolares, pais, estudantes os materiais que acharem mais adequados

Nesse momento, nossa união e força não estará nas lutas corpo a corpo, nas manifestações e passeatas pelas ruas da cidade. Apesar de continuarmos atentos e agindo em função das questões específicas, que nos movem enquanto categoria, estamos também diante de um desafio ainda maior, que atenta diretamente contra nossas vidas e contra tudo que conhecemos e construímos até aqui. Somos chamados para uma batalha diferente, dentro de nossas casas.

Infelizmente, apesar de estarmos em quarentena, não temos como exemplo aquele que deveria ser o primeiro a se colocar na defesa da saúde. Temos um presidente que dia a dia presta um desserviço à população, colocando o lucro acima da vida. Acompanhamos no país um crescente retorno às atividades e pessoas que ainda não entenderam a gravidade do problema que estamos vivendo. Devemos lembrar que em nossa cidade ainda estamos no início do ciclo da doença, além disso, quanto mais o isolamento funcionar, mais parecerá desnecessário, mas não podemos nos deixar enganar pelas aparências. O vírus é real e vem nos mostrando cotidianamente que é grave e, ao contrário do que alguns andam dizendo por aí, também acomete jovens podendo levar a morte.

Sabemos que muitas pessoas não podem permanecer em suas casas pela natureza do trabalho que realizam, por estarem dentro do que são consideradas “atividades essenciais”. Entendemos que muitos trabalhadores informais, pequenos empresários e autônomos são extremamente prejudicados e, nesse momento, estão sem nenhum tipo de renda, necessitando imediatamente de recursos para se manterem. Entretanto, o Governo Federal tem demorado muito a aprovar medidas que minimizem a situação, além de desarticular a campanha do Ministério da Saúde que já é falha, pois apesar de enfatizar o isolamento social, não tem medidas que garantam o atendimento igualitário a todos e nem mesmo a realização de testes em massa.

Bolsonaro vem fazendo ameaças de demissão, dificultando o trabalho do Ministério da Saúde, porque acha que mesmo o pouco que fazem é um exagero. Ele tem apoiado carreatas pelo retorno de todos ao trabalho e vem adotando um discurso contrário ao fechamento de comércios não essenciais nos estados e ao isolamento social, além de aproveitar a pandemia para aprovar diversas medidas que retiram direitos dos trabalhadores. Agindo assim, o presidente anda na contra-mão dos chefes de estado de todo o mundo e leva a nação brasileira a desacreditar das políticas propostas, podendo agravar ainda mais a situação da pandemia no país.

Ao invés dessa postura totalmente inadequada para um presidente, Bolsonaro tem de garantir a sobrevivência da população e pagar imediatamente os R$600,00 de Auxílio Emergencial proposto pelo Congresso, mas precisa ir além. Esse dinheiro e a cesta básica não são suficientes para a sobrevivência! Para os trabalhadores de pequenas e médias empresas o governo tem de bancar os salários. Os micro e pequenos empresários também têm que ter renda garantida. Há de se pensar na suspensão da cobrança das tarifas públicas (como água e luz) e em taxar o lucro das grandes empresas, elas têm caixa para se sustentar. Esse mesmo governo que negligencia auxílio para a população, despendeu 1.2 trilhões de reais para os banqueiros. Temos que exigir o mesmo para os trabalhadores! Tem de haver o aumento dos recursos destinados para Saúde, bem como aumento do auxílio para os trabalhadores e o povo pobre. Além disso, o Novo Coronavírus não pode servir de desculpa para a redução dos salários!

Ainda não chegamos ao pico da doença no Brasil, que provavelmente foi adiado devido ao isolamento a que estamos submetidos. Mas não podemos nos deixar enganar pelos dados, visto que ainda são pouco confiáveis devido a falta de abrangência nos testes. Ao testar apenas os casos graves, o governo faz pensar que estamos vencendo a pandemia e a população começa a afrouxar a quarentena. Dessa forma, grande parte das pessoas que estão com a Covid-19 hoje, não o sabem e parte dos que estão em estado grave ou morreram com os sintomas também não entraram nas estatísticas.  Independente disso, o que sabemos até o momento já é suficiente para permanecermos em isolamento, medida até o momento mais eficaz, tendo em vista que ainda não se conhece tratamento ou vacina para essa enfermidade. Para que essa situação não fuja ao controle, e saibamos a real extensão da pandemia no país, é essencial que o governo amplie as testagens e não meça esforços para a mitigação dos diversos males sociais que foram ainda mais agravados pela pandemia.

Preparamos uma série de materiais  para que os trabalhadores em Educação possam enviar aos estudantes e aos pais que tenham acesso.  Acesse, divulgue e compartilhe os virais e o vídeo “Um programa para enfrentar o Coronavírus”.