Campanha “Lutar Não é Crime” entra em seu segundo dia

Campanha Lutar Não é Crime entra em seu segundo dia

No dia 1º de janeiro de 2020, o Piso Nacional do Magistério foi reajustado em 12,84%. Diante disso, os professores e demais trabalhadores da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte, assim como em várias outras cidades e estados do país, entraram em greve a partir do dia 27 de fevereiro, para reivindicar o índice de reajuste do Piso em seus salários e lutar contra a proposta da PBH, que introduzia uma política de abono e subsídio salarial, o que afetaria diretamente a Carreira da Educação, construída com muita luta pelos trabalhadores.

No dia 3 de março, o prefeito, Alexandre Kalil (PSD), entrou com uma ação na Justiça que pedia a ilegalidade da greve, alegando que houve rompimento no acordo fechado durante a Greve realizada em 2019. Vale ressaltar que a PBH não havia cumprido o acordo até então e que este versava sobre um reajuste salarial para todos os servidores do município. No dia 4, a Desembargadora acatou em caráter liminar o pedido da Prefeitura e no dia 11 o julgou como procedente. A PBH, então, pediu a majoração da multa sobre o Sind-REDE/BH, Sindicato que representa os Trabalhadores em Educação da Rede Municipal.

No dia 18/03, após derrotar a política de abonos, preservando a estrutura de suas carreiras e diante do agravamento da Crise provocada pelo Covid-19, os trabalhadores decidiram em Assembleia por encerrar a greve. A PBH, no entanto, não abriu mão de punir os trabalhadores que lutavam pelo cumprimento de uma Lei Nacional, através de sua Entidade Representativa, multada em mais de R$ 400.000,00 e pior, decidiu ainda individualizar as punições.

Em meio a uma quarentena e uma pandemia que vem contaminando e mantando pessoas cotidianamente no mundo, os trabalhadores e suas famílias sofrem com a ameaça da PBH de considerarem os dias de greve como falta injustificada e com a ameaça de corte de salários.

No dia 26 de março após muita pressão por parte do sindicato e da categoria a PBH informou que não realizaria nenhum corte salarial durante a quarentena, mas como Lutar não é crime, precisamos garantir que não haja punição e corte em momento algum.

Pedimos o apoio de todos na Campanha “Lutar não é Crime”, que reafirma o direito de luta de todo trabalhador. Em especial nesse momento, em que reconhecer o direito de luta representa garantir a segurança e saúde dos trabalhadores da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte e de suas famílias.

Kalil, lutar não é crime! Retire as punições sobre os trabalhadores!